terça-feira, 12 de agosto de 2008

Aviso da Lua que Menstrua

Moço, cuidado com ela!

Há que se ter cautela com essa gente que menstrua

Imagine uma cachoeira às avessas:

Cada ato que faz, o corpo confessa.

Cuidado, moço as vezes parece erva, parece hera

essa gente que se metamorfoseia

metade legível, metade sereia.

Barriga cresce, explode humanidades

E ainda volta pro lugar, aí é que está:

Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita

Sua Boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente

Que vai cair no mesmo planeta panela.

Cuidado com cada letra que manda para ela!

Ta acostumada a viver por dentro,

Transforma fato em elemento

A tudo refoga, ferve, frita

Ainda sangra tudo no próximo mês.

Cuidado, moço, quando ce pensa que escapou

É que chegou a sua vez!

Porque eu sou muito sua amiga

É que to te falando "na vera"

Conheço cada uma, além de ser uma delas.

Você que saiu da fresta dela

Delicada força quando volta a ela.

Não vá sem ser convidado

ou sem os devidos cortejos

As vezes pela ponte de um beijo

Já se alcança a "cidade secreta"

A Atlântica Perdida.

Outras vezes várias

metidas e mais se afasta dela.

Cuidado, moço, porque você ter uma cobra entre as pernas

Cai na contradição de ser displicente

Diante da própria serpente.

Ela é uma cobra de avental.

Não despreze a meditação doméstica.

Da poeira do cotidiano

Que a mulher extrai filosofia

Cozinhando, costurando

E você chega com a mão no bolso

Julgando a arte do almoço: Eca!

Você que não sabe onde está a sua cueca?

Há, meu cão desejado

Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir

Então esquece de saber e morder devagar

Esquece de saber curtir, dividir.

E aí quando quer agredir

Chama de vaca e galinha.

São duas dignas vizinhas do mundo daqui!

O que é que você tem pra falar de vaca?

O que você tem eu vou dizer e não se queixe:

VACA é sua mãe. De Leite.

Vaca e galinha

Ora, não ofende. Enaltece, elogia:

Comparando rainha com rainha

Óvulo, ovo e leite

Pensando que está agredindo

Que ta falando palavrão imundo.

Tá não homem,

Tá citando o principio do mundo.

(Luiza Lucinda)

domingo, 10 de agosto de 2008

Comentário de "Toda Mulher tem seu lado Lilith"

A vida é feita de momentos disse...

A toda mulher não basta possuir o lado lilith é preciso conhece-lo, entende-lo, ama-lo e saber usa-lo. Só assim, a mulher pode considerar-se mulher, pois de outra forma torna-se apenas mais uma costela.

Sábado, Agosto 09, 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Toda Mulher tem seu lado Lilith

Lilith é uma deusa do céu sumério-acadiana – “Lil” significava “ar” ou “tormenta” – que após o cativeiro judeu na Mesopotâmia, passou a ser retratada no Livro Sagrado judaico como um espírito noturno feminino, que dava a luz a demônios. Foi a primeira mulher de Adão, à quem não quis se subjugar e à quem muito enfurecida abandonou: "Porque teria que ficar debaixo de ti quando sou tua igual, já que ambos fomos criados do barro?". A partir daí é relatada como um espírito perverso, que oprime homens e estrangula bebês.

Lilith desobedece à supremacia de Adão, e também Eva – segunda esposa de Adão, vinda de parte do seu corpo – assumindo seu arquétipo Lilith, desobedeceria à proibição. Lilith, nada mais é, do que o lado sombrio de Eva, daí o porque das qualidades terríveis que são atribuídas a ela. Todo mal que lhe é atribuído está em sua desobediência, ao seu "não" a submissão.

Por sua rebeldia à condição imposta por Yahvé, a condição de inferior a Adão, Lilith foi considerada como um arquétipo de libertação e revolta, e até hoje permanece como símbolo de rebelião à repressão do feminino na psique da sociedade. Lilith é o arquétipo da mulher indomada, que luta apaixonadamente pelo poder pessoal. Suas características são o destemor, a força, o entusiasmo e o individualismo.

“Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência – e isso realmente é algo poderoso. A raiva é um dos meios inatos de que ela dispõe para começar a criar e a manter o equilíbrio que necessita, tudo o que ela realmente ama. É seu direito e, em certas horas e sob certas circunstâncias, é seu dever moral”.

“Para as mulheres isso significa que existe a hora para mostrar os dentes, para mostrar a poderosa capacidade de defender o seu território, para dizer “até aqui nem mais um passo, não passe a responsabilidade adiante, não se intrometa, tenho uma coisa a dizer, tudo isso vai decididamente mudar”.”
(em Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estes)

A MULHER PRECISA DE GRITAR A SUA FÚRIA PARA SE LIBERTAR DAS GRADES "MORAIS", SOCIAIS E RELIGIOSAS DO PATRIARCADO.